Filosofia de bar 2!


Sem título.

Em: 17 de outubro de 2013


Outra maneira densa e virtuosa de chamar-te a atenção, estando você ainda em primeiro plano e tentando te tirar das dádivas questionáveis e obscuras e esclarecedoras ao mesmo tempo, é incerta. Nunca judas teve resposta para si mesmo, suas introspecções foram devido a seres que lhe era de fácil aceitação, portanto de fácil compreensão e difusão. Assim foi devido ao caos sofrido e a alma esmagada por pedras rochosas que lhe aniquilaram. Dividir-se para que tu te aches dois poderia ser um astuto movimento, contudo já testemunhadamente talvez audaz demais. Terias que ter certeza que tu saberias diferenciar você de você, para que a tentação da facilidade que você proporcionará não te pegarás de surpresa, ou pior, que tu não sejas traído de maneira incontornável por você, podendo até mesmo te levar ao ciclo de intervenções que te aprisionará e te destruirá. Há de ser argiloso. Concentre-se que tu estás alí, no breu do conhecer que você e você esperam por uma abertura tênue para atacar-te e dominar-te, lavando então tua consciência e matando teu passado inglorioso e febril com o qual tu te sustentava e o qual te dava toda a abertura para que você e você tivesse a chance de te surpreender. Uma vez nos pares de suas mãos uma delicada pergunta deve ser feita de tu para vocês. És realmente necessário? A necessidade subentendida te mostra que a intervenção, até este ponto totalmente possível, é o que tu buscas como verdadeiro propósito  Caso não sejas, qual seria a finalidade de todo o aparato formado, de toda a espera no escuro da solidão antes da divisão de você em vocês na tentativa de cumprir uma missão para ti?

Este caminho turbulento é também tumultuado e frio. Serpenteando pelo infinito não há como saber o início ou o fim, a esquerda ou a direita, a frente ou a trás. Tu te viras como pode, e assim já o fez de maneira às vezes conturbadas, como enquanto tenta cravar anexos inexistes à seu caminho, anexos estes que são mais como bifurcações que te levam do nada a lugar algum, e às vezes maneiras serenas e aprazíveis  quando tentaste não um anexo a seu caminho, mas sim uma determinada busca pela luz, que claramente nunca conseguiu atingir, mas que por algum instante te deu um norte para seguir em frente.


Fala agora em pre-julgamento à condição exacerbada. Propõe-te a entrar em ti no mesmo caminho, agora em segundo plano, tentando persuadir-te a acreditar em ti. Certamente não é tarefa fácil devido a um passado duro, acalentado somente por refrescos de uma brisa gostosa ao pé de uma montanha ou corredor. Como farias para te convencer a te acreditar? Empurraria? Sussurraria? Fingiria? Ou abertamente apareceria fazendo com que a proposta de sua aparição fosse desviada dos reais e, sim, desdenhados motivos aos quais se propuseram outrora? Estarias tu, preparado para o reconhecimento de um você, agora sim saindo do segundo plano e, numa tentativa ousada, porém deveras imprevisível e irracional, penetrar no primeiro plano como se a cozinha de sua casa fosse? Indubitavelmente a fome pode servir como combustível eterno para motivos tolos, mas também pode servir como incinerador de velhas estórias e novos recomeços que na verdade não passam de um comercial de segunda linha e baixa produção.


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Filosofia de bar!

Sem título.

Em: 4 de outubro de 2013



A complexidade inimaginável de um animal prestes ao último tiro de uma metralhadora extinta há mil anos em uma terra de ninguém. Se pudéssemos ao menos saber do que se trata .. se ao menos pudéssemos fazer com que os minutos descuidadosamente jogados fora se revoltassem e nos comessem pelas entranhas já fadigadas.. ou se pudéssemos, pelo menos por enfadonhos microssegundos considerar que o que foi feito desde o nascimento da primeira flor foi, enfim, um caminho construído com um sangue redentor de pecados, até então, relevantes e releváveis, porém não mais aceitáveis ... talvez, e só talvez estaríamos dispostos a morrer pelo que é inquestionavelmente certo e não discutir com surdos que só escutam a verdade.

Imagine-se como um ser que, diferentemente do que eres, seja consciente, seja, na mais pura razão do ser, um ser. Que sabe ouvir denúncias sem sequer estar presente, que sabe levantar sem necessidade e deitar sem estar cansado. Que argumenta por confiança e desconfia por tolice e ao mesmo tempo não confia em seus próprios instintos. Você provavelmente veria um ser igual ao mais puro, irreal e inexistente despecaminoso judas.


Imagine-se como alguém. Sim, é notório a dificuldade de tamanha abstração e profundidade nos mais diversos caminhos traçados e possíveis de se recorrer e percorrer, mesmo de um lado lhes sendo fraudulento e do outro lastimoso, há de escolher-los para que te aches como alguém. Como te vês? Como pensas que estaria em primeiro plano deste primeiro caminho? Nebulosidade envolvendo-te os intestinos e nuveando tua mente como se não houvesse qualquer caminho e como se o que viveras fosse sumariamente um sonho sem fim e sem saída. O que te dirias? Tentarias te tirar de tal situação sem ao menos deixar que tu te vejas como uma saída? A estrada fraudulenta, deves te lembrar, não tem esse nome por ser floril e amarelada, e sim por ter em seu âmago o que absolutamente nos torna o que somos. Inebriado pela loucura da convicção, talvez tu não te vejas, e na verdade, fujas ao te ver sem saber para onde vai ou o que quer, correndo com pernas mancas para um destino sem porquê e sem propósito. Propósito este que é demais para ser aguentado por um pequeno tempo e muito individual para ser dividido. Somente os esforços de um período demasiado sombrio tem como uma doce recompensa um propósito de uma vida. Qual seria a primeira abordagem a ser feita à você, de fato? Poderias, após importante e precioso espaço em espreita, gritar por atenção ou socorro, embora tal atitude mostre um despreparo e desespero não necessariamente ajudante de uma situação como tal.

          O pior a ser considerado é, mesmo que a consideração não traga nada além da dúvida, que boa parte dos seres aprisionados em si assim o fazem, e assim voltam como se tivessem objetivado êxito e ao mesmo tempo como se nada tivesse acontecido aos seus arredores. Armadilha essa que quase sempre concumina no amálgama dos dois vocês, emergência então ocorrida e recorrida pelo puro prazer da existência, pois nada mudará, pior, podendo criar um círculo de intervenções que jamais poderá ser quebrado sem uma estrutura que dificilmente se solidificará sozinha.



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